domingo, 17 de maio de 2009

Biografia de Cora Coralina


Biografia de Cora Coralina

Cora Coralina , pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas , ( Cidade de Goiás , 20 de agosto de 1889 — Goiânia , 10 de abril de 1985 ) foi uma poetisa e contista brasileira . 

Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários , produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás. 

Filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II , e de Jacinta Luísa do Couto Brandão, Ana nasceu e foi criada às margens do rio Vermelho , em casa comprada por sua família no século XIX , quando seu avô ainda era uma criança. Estima-se que essa casa foi construída em meados do século XVIII , tendo sido uma das primeiras edificações da antiga Vila Boa de Goiá. 

Começou a escrever os seus primeiros textos aos quatorze anos de idade, publicando-os nos jornais locais apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as primeiras quatro séries, com Mestra Silvina. Publicou nessa fase o seu primeiro conto, Tragédia na Roça . 

Casou-se em 1910 com o advogado Cantídio Tolentino Bretas, com quem se mudou, no ano seguinte, para o interior de São Paulo . Viveria no estado de São Paulo por quarenta e cinco anos, inicialmente nas cidades de Avaré e Jaboticabal , e depois na cidade de São Paulo , para onde se mudaria em 1924 . Ao chegar à capital, teve que permanecer algumas semanas trancada num hotel em frente à Estação da Luz , uma vez que os revolucionários de 1924 haviam parado a cidade. Em 1930 , presenciou a chegada de Getúlio Vargas à esquina da rua Direita com a praça do Patriarca. Um de seus filhos participou da Revolução Constitucionalista de 1932 . 

Com a morte do marido, passou a vender livros. Posteriormente mudou-se para Penápolis , no interior do estado, onde passou a produzir e vender lingüiça caseira e banha de porco . Mudou-se em seguida para Andradina , até que, em 1956 , retornou para Goiás. 

Ao completar cinquenta anos de idade, a poetisa relata ter passado por uma profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como "a perda do medo ". Nesta fase, deixou de atender pelo nome de batismo e assumiu o pseudônimo que escolhera para si muitos anos atrás. 

Durante esses anos, Cora não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar um LP declamando algumas de suas poesias. Lançado pela gravadora Paulinas COMEP, o disco ainda pode ser encontrado hoje em formato CD. 

Cora Carolina morreu em Goiânia. A sua casa na Cidade de Goiás foi transformada num museu em homenagem à sua história de vida e produção literária.

Os elementos folclóricos que faziam parte do cotidiano de Ana serviram de inspiração para que aquela frágil mulher se tornasse a dona de uma voz inigualável e sua poesia atingisse um nível de qualidade literária jamais alcançado até aí por nenhum outro poeta do Centro-Oeste brasileiro . 

Senhora de poderosas palavras, Ana escrevia com simplicidade e seu desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que sua produção artística priorizasse a mensagem ao invés da forma. Preocupada em entender o mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que deveria representar, Ana parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo cada minuto na complexa atmosfera da Cidade de Goiás , que permitiu a ela a descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito. 

Foi ao ter sua poesia conhecida por Carlos Drummond de Andrade que Ana, já conhecida como Cora Coralina, passou a ser admirada por todo o Brasil . 

Seu primeiro livro , Poemas dos Becos de Goiás , foi publicado pela Editora José Olympio em 1965 , quando a poetisa já contabilizava 75 anos . Reúne os poemas que consagraram o estilo da autora e a transformaram em uma das maiores poetisas de Língua Portuguesa do século XX . 

Onze anos mais tarde, em 1976 , compôs Meu Livro de Cordel . Finalmente, em 1983 lançou Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha (Ed. Global). 

Cora Coralina foi eleita intelectual do ano e contemplada com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores em 1983. Dois anos mais tarde, veio a falecer. 

Observação: 

Segundo informações após contato com Célia Bretas Tahan, jornalista, escritora e neta de Cora Coralina, esta confirmou que todos os poemas inéditos de Cora se encontram em poder de sua mãe, Vicência Bretas Tahan (única filha de Cora ainda viva e autora da biografia romanceada "Cora Coragem Cora Poesia") e o poema vinculado pela mídia "Não Sei" e/ou "Saber Viver" ( = contendo as letras de Não Sei não fazem parte do acervo da referida autora. ). A divulgação do apócrifo surgiu, porque junto ao poema veio um acréscimo (de origem desconhecida) do verso sem estar entre as aspas: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina" do poema Exaltação de Aninha (O Professor) de Cora Coralina, in: Vintém de cobre: meias confissões de Aninha, 9. ed., São Paulo: Global, 2007. p. 163-4 

Mais informações sobre Cora Coralina, entre no site: www.cidadedegoiasvelho.com/cora_coralina.htm


Um comentário:

  1. É UMA GRANDE POETIZA,EU TIVE A OPORTUNIDADE DE VISITAR O SEU MUSEU QUE POR SENAL EU TAMBÉM SÓ DE GOIAS. EU ADORO OS SEU POEMAS.

    ResponderExcluir